O mundo virtual das redes sociais ilustra o paradigma das borboletas. A ilusão de estarem a comunicarem umas com as outras, quando, de facto, vivem separadas por vidros e encerradas em campânulas. O ambiente protegido e asséptico tornam as borboletas auto-referenciais.
O bater de asas de uma borboleta influencia o de outra. Esvoaçam em movimentos aleatórios e as ondas vibracionais provocam epifenómenos exauridos até ao cúmulo da irracionalidade.
As metamorfoses de cada borboleta ilustram a vida social: Nada é certo, nada é definitivo, nada é sólido.
As borboletas camuflam-se dos predadores com lindos golpes de asa. Na cibercultura, as borboletas embebedam-se de felicidade visual.
As borboletas são todas diferentes, mas tornam-se iguais sob o efeito hipnótico da luz.
Na natureza, as borboletas transformam-se para o amor. Na cibercultura, as borboletas cansam-se pelo desamor…
Na natureza, é no apogeu da sua beleza que morrem. Na cibercultura, é no culminar da sua tristeza que se consomem..
O azul tem um efeito narcótico, acalma, mas deprime, tranquiliza, mas arrefece…
O azul é a cor da água na sociedade em que tudo é líquido.
Morpho é um nome de uma borboleta e o facebook está plantado de blues…
© Texto e foto de Jon Bagt