A mente do ditador é quadrada.
O corpo do ditador é rijo como uma coluna de gesso podre.
A boca do ditador é explosiva como uma cana rachada.
Os dedos do ditador são mandíbulas serradas.
Os olhos do ditador são candeias fundidas.
A cara do ditador é mais alva que o leite derramado.
As unhas do ditador raspam os cus de muitos judas.
Os pés do ditador incham nos pântanos florescentes.
O ditador não tem as costas largas.
O ditador anda sempre com um pingo no nariz
E com duas bolotas de queijo nos ouvidos.
O ditador se não tem bigode, inventa um capachinho;
O ditador respira por guelras,
Move-se a carvão
E descansa como os morcegos.
O ditador come o seu fígado
E lança às vísceras ao fogo prometido
A indigentes e canalhas.
Sem rins, nem quadris.
O ditador tem uma pedra no lugar do coração
E um pénis em forma de gancho.
O ditador come tudo com dois estômagos
E tem o ânus tapado;
O ditador é feito de carne e osso
Mas parece de cartolina dobrada
Depositada na urna raptada