Através do computador é possível uma espécie de omnipresença e omnisciência. Circula informação, mas não sabedoria. Circulam likes, mas não relações. O computador tornou-se útil, mas hipnótico. A inteligência artificial será a questão das próximas décadas/ séculos. Os rôbos farão tarefas humanas, até pensar por nós, enquanto os humanos se tornarão cada vez mais artificiais pelo afunilamento no canal computacional. Simbolicamente, todos somos cyborgs : metade carne e osso, mas outra metade completamente determinada pelo computador. É a ambivalência que nos persegue: entre o horizonte da falibilidade e a ilusão da "omnipotência" centrada. No fim até os murais cibernéticos apagarão todos os nomes, de homens cada vez mais iguais ,perdidos na falácia da comparação e validação. É o que se chama a preguiça ontológica ou o doce sono...
"...O "politicamente correcto" é a primeira forma de auto-censura, o primeiro obstáculo à liberdade. Quando todos começam a falar e a pensar da mesma maneira , a civilização regride. Antes o pensamento único era imposto de cima para baixo, agora são os "vizinhos", os "pares" que se controlam uns aos outros num clima, formalmente democrático que a rede proporciona, no que dizem e no que fazem, mantendo ou exteriorizando um comportamento-norma com medo da rejeição, da solidão e da diversidade. O sentido de comunidade entrou em vias de extinção, quebraram-se os laços de solidariedade e fraternidade . A "bulimia visual " constante e o virulento défice de atenção substituem a sabedoria holística . A linguagem tornou-se objecto de equívocos e os significantes, muitos deles, ficaram sem significado, não só pela banalidade como pela superficialidade . Estranho mundo em que as utopias do século XIX se tornaram as distopias do século XXI..."
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AutorJon Bagt Categorias
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Fevereiro 2021
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