A ESTANTE DO PORTEIRO
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Posto de Escuta: Silver Apples

4/23/2018

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CONVERSA COM HUGO XAVIER

4/19/2018

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Fotografia de Paulo Seabra
    Hugo Xavier (HX) é editor na E-Primatur e na BookBuilders e Coordenador na Imprensa da Universidade de Lisboa. A conversa que se segue resultou de um generoso contributo que deu à Estante do Porteiro (EP).
 
EP: Como analisa o mercado editorial em Portugal?
HX: À semelhança da maior parte dos mercados editoriais do mundo de língua inglesa que marcam as correntes e modos de operar dos mercados modernos (com algumas excepções), o nosso mercado aproxima-se cada vez mais de um modelo americano de não – identificação (o leitor não identifica marcas / editoras porque pode encontrar de tudo na maior parte das editoras) e de cópia de conceitos (a lógica do “se isto resultou para alguém também vai resultar para mim”).
A lógica feroz das novidades que mal param nas bancadas por um ou dois meses antes de desaparecerem para a prateleira, de lombada, ou devolvidas para não mais regressarem (não vos aconteceu já perguntarem por um livro e dizerem-vos que está esgotado? Desconfiem: não é economicamente viável voltar a encomendar livros) determina o mercado transformando-o numa roda-viva em que o real valor não consegue sequer impor-se – muito menos chegar ao seu público. Daí a impossibilidade de impor novos autores ou autores desconhecidos mas que mereceriam outras oportunidades: não há tempo para os dar a conhecer ao público.
Todo o mercado é pois um mercado de excessos para um produto que precisa de tempo: ler é por natureza um processo demorado: também o negócio dos livros o deveria ser. Excesso de oferta, excesso de oferta do mesmo tipo de produtos e não de alternativas e diversidade. Excesso de barulho que não corresponde à qualidade.
Muita falta de profissionalismo e muita falta de estratégias para angariar novos leitores: que deveria ser a preocupação maior de todo o sector do livro.

EP: Publica-se mais e lê-se menos do que há cem anos? É um paradoxo ou é um sinal dos tempos face ao avanço da cultura da imagem?
HX: Percentualmente creio que se lê precisamente o mesmo – o que é assustador tendo em conta que, por exemplo na Islândia em que se lia o mesmo que em Portugal no ano de 1905, hoje 99% da população lê livros regularmente. Em Portugal a percentagem (provavelmente exagerada) é quase a mesma de 1905.
Quanto à pergunta em si: é um sinal de que, ao contrário dos países escandinavos – bem mais pobres do que Portugal em 1905, a ausência de uma revolução no ensino com aposta na qualidade não aconteceu por cá.

EP: O que leva um editor a publicar no século XXI? É uma questão de resistência, ousadia ou sobrevivência?
HX: Uma mistura das três. Há também o gosto de partilhar histórias e um espírito de missão social/ educacional.

EP: Que critérios distinguem um bom e um mau livro visto da perspectiva do editor?
HX: Critérios que não contam para o público: detalhes que só os editores detectam. Mas todos os (bons) editores são grandes leitores e esses são os critérios que contam: critérios de escolha: um editor é um leitor que assume um papel de evangelizador.
Claro que entre os editores há coisas evidentes: fazer um livro bem feito custa praticamente o mesmo que fazer um livro “às três pancadas”, então porque não fazê-lo bem feito?

EP: O leitor cada vez mais é chamado ao processo de edição?
HX: Na maior parte dos casos essa é uma ideia tão falaciosa como acreditar que os sistemas de atendimento telefónico das grandes empresas é “personalizado”.
No caso das nossas duas chancelas é mais do que evidente: funcionamos com sugestões dos leitores, dos nossos colaboradores (tradutores, revisores, autores) e dos padrinhos e amigos do projecto. Mas é dos poucos casos em que o leitor é arremessado para o processo de decisão.

EP: A E-Primatur tem sido inovadora no âmbito editorial. São restauradores da história ao publicar escritores e obras esquecidas? Ou também publicam novos autores que fogem às”regras do mercado”?
HX: Digo-o há muitos anos: não é possível economicamente aos pequenos editores publicar novos autores (pelo menos nacionais) sem que se lhes esteja a fazer uma injustiça: promover novos autores é fácil a quem tem uma máquina de marketing bem oleada e capacidade de promover autores no mercado. Os pequenos editores podem ter essa vontade e fazer um esforço mas o mercado (livreiros que decidem compras por algoritmos em programas informáticos) não se compadece das boas intenções.
A lógica da E-Primatur e da BookBuilders é publicar livros relevantes nas suas épocas como agora e livros actuais que, por uma mesma relevância, mereçam permanecer.

EP: Ray Bradbury  escreveu o distópico fahrenheit 451 , mas é em Portugal que a floresta arde e as livrarias tradicionais fecham.  Quais as consequências destes fenómenos lusitanos? O papel vai extinguir-se?
HX: E ser substituído por quê? Pelo livro electrónico que nunca pegou (nem lá fora nem cá dentro)? Mais facilmente desaparece a leitura: o nosso mundo da rapidez que leva a que as pessoas apenas leiam os títulos das notícias como no Facebook a informação que partilham tira o tempo para o lazer e para a degustação. Quer-se tudo rápido e sem ponderação – é o paraíso para quem quer governar sem ser posto em causa.
Quanto às livrarias: a maior parte não soube acompanhar os tempos nem nunca conseguiu reagir às mudanças de paradigma. No começo dos anos 2000 houve dois caminhos possíveis para as livrarias tradicionais: desenvolver novos modelos orientados para nichos e para o mercado local interagindo com as comunidades para ficarem próximas dos leitores (e assumindo critérios de selecção) ou unirem-se numa estratégia comum criando mecanismos centralizados para vários serviços mas mantendo a independência da escolha e oferta. Uma percentagem ínfima conseguiu a primeira alternativa; a segunda ruiu por mesquinhices. A resistência insensata consistiu em tentar concorrer com grandes cadeias com a mesma oferta destas – uma impossibilidade física e económica. Em boa parte causada pela Lei do Preço Fixo.

EP: Algum ser humano geneticamente modificado e tecnologicamente induzido poderá ler toda a “biblioteca de Borges”?
HX: Felizmente não. E se o conseguisse, como Alexandre sentar-se-ia e choraria por não haver mais mundos que conquistar.

EP: O melhor livro ainda é aquele que não foi editado?
HX: Pior: os muitos que não foram editados. Mas para os leitores não é o mesmo?

EP: Muito obrigado, Hugo
HX: Eu é que agradeço a simpatia.
 

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IV EDIÇÃO DOS PETISCOS LITERÁRIOS

4/10/2018

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​A censura sempre foi um instrumento ao serviço do poder. O que podia ser dito ou não, o que se podia escrever ou não passavam pelas máquinas da censura sem rosto , mas com muito "dedo" a passar por cima dos caracteres indesejados.
Depois do 25 de Abril de 1974, a censura fragmentou-se pelo excesso e manipulação de informação fruto do advento da sociedade tecnológica. A notícia inexistente foi ocupada pela noticia falsa ao serviço do poder económico.
Igualmente, durante séculos, existiram índices de livros proibidos pelo Estado Policial ou pela Igreja Sacramental.
A ignorância e o medo são as rotativas de domínio das massas. A linguagem é tudo! A ausência é o vazio de sentidos libertadores!
Nesta quarta edição ,vamos folhear manchetes de outros tempos, em busca dos "dezanoves" de Abril do nosso descontentamento, nestes dias de formal para não dizer" formol "estado da liberdade de expressão

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    Jon Bagt

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