"...Eu chamo esta era de hiperconsumo. Ela se caracteriza pela excrescência de todas as coisas: produtos, marcas, publicidade. Isso faz com que cada vez mais as experiências da nossa existência sejam tomadas numa lógica de pagamento e troca...”(Lipovetsky)
.Da desumanização e banalização: Hoje os produtos são tratados como pessoas e as pessoas tratadas como produtos... "...Eu chamo esta era de hiperconsumo. Ela se caracteriza pela excrescência de todas as coisas: produtos, marcas, publicidade. Isso faz com que cada vez mais as experiências da nossa existência sejam tomadas numa lógica de pagamento e troca...”(Lipovetsky)
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A Glória e Decadência do Cyberpovo: Sossegados, nada pensam, nada mudam, sedentos de polegares oponíveis, apenas assistem...A disfuncionalidade cognitiva, social,relacional e afectiva avança . A doença mental cavalga a civilização dos "smartaparelhos" em largos espectros sobre a Humanidade.. .E o mais paradoxal é que a disfuncionalidade dá lucro e governa o mundo...
Colonizados pelos "smartphones "e redes sociais,o paradoxo emerge: o que nos aproxima ,afasta-nos simultaneamente. É um dos fenômenos da psique mais interessantes da cibercultura . Foto: Jon Bagt Uma das maiores falácias é afirmar que estamos no "século XXI " e que por isso somos mais evoluídos. A irracionalidade é a pedra angular da civilização decadente , o primata continua a boicotar o sapiens sapiens e o inconsciente a revelar as artimanhas do consciente construído. A violência é branca , indefinida e não é a negra medieval, mas não deixa de ser violência... O que vale é que o universo é mais inteligente que o pobre homem , as leis da física não falham contrariamente às leis dos homens...Siga a peça de teatro, o pó do palco porque o das estrelas é muito mais interessante...
Foto: Jon Bagt A pintura colossal de Thomas Coutoure remete o observador para uma mesma realidade presente em todos os ciclos históricos. A decadência resulta tanto da rigidez institucional das estátuas que rodeiam a cena como da lassidão dos protagonistas do quadro. A rectidão dos homens nunca foi proporcional à flexibilidade das instituições. Nem uma, nem outra suprem mutuamente as insuficiências das duas realidades. As instituições cristalizam-se pelos vícios dos homens que as constituem e os homens tornam-se estátuas por replicarem o mesmo comportamento errático ao longo dos séculos em procura de adiar a inevitável derrota da vida perante a dor e a morte.
Vivemos a pré-história da era cibernética. A modelação dos comportamentos, valores , instintos e afectos é cada vez mais automatizada pelos padrões da imitação e da validação. Depois do ego, do id e do super-ego, o “cyber-ego” é misterioso , fascinante, complexo e incrivelmente primitivo. Como a direcção do tempo tivesse dois sentidos contraditórios: o da evolução e da regressão. O mimetismo de um humanóide é exactamente igual à instantaneidade das relações de carne e osso, à volatilidade dos acontecimentos, à veracidade plástica da informação global ou às lascas dos corações de atum que povoam a esfera pública digital. O mundo real dilui-se no plasma da virtualidade , tornando-se difuso , o digitalismo social apaga as feridas expostas por Francis Bacon , Lucien Freud ou Paula Rego . A natureza do “cyber-ego” é asséptica determinada pelo algoritmo. A memoria de curto prazo é um apêndice e a de longo prazo perde-se nas brumas .A inteligência artificial é útil, a sensibilidade artificial é inútil e o socialmente imposto uma fraude. O museu de arte e ciência de Singapura obriga-nos a reflectir sobre o que queremos para a humanidade : Se a irracionalidade actual com os seus perigos, se a racionalidade fria com as suas limitações ontológicas. Corinne Mariaud, através do trabalho "fake I real me", lança o desafio de perceber que cosmética se usa nas relações quotidianas por homens e mulheres que querem ser perfeitos ou parecer eternamente felizes como Nadine, a humanóide desenvolvida pelos cientistas.
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AutorJon Bagt Categorias
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Maio 2022
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