A ESTANTE DO PORTEIRO
  • Início
  • O PORTEIRO
  • PORTA CRIATIVA
  • LER UM CAFÉ, BEBER UM LIVRO
  • BLOG
  • ARTIGOS
  • AUTORES
  • LIVROS
  • Contactos
    • GALERIA >
      • AGENDA

Pontos de Vista (9)

11/6/2022

0 Comments

 

Uma foto de 1992 profetizou 2022...

Tracey Miles da Grã-Bretanha é fotografada sobre a Sagrada Família durante uma competição de mergulho antes dos Jogos Olímpicos de Barcelona de 1992. (Foto de Bob Martin /Getty Images)
Picture
0 Comments

Cinematógrafo (22) : " ...Bando À Parte de Godard em diálogo com Sombras de Cassavetes..."

11/6/2022

0 Comments

 
0 Comments

CONVERSA COM TOMÉ VIEIRA

11/2/2022

0 Comments

 
Picture
Tomé Vieira (TV) é professor e autor. A conversa que se segue resulta de um generoso contributo que deu à Estante do Porteiro (EP).
 
EP: Qual a importância da História no contexto actual de Portugal e do Mundo?
TV: Eu diria que a História nunca foi tão importante como nos dias que correm. E nesta época que nos coube em sorte viver estes correm mesmo, de forma vertiginosa, embora já Virgílio alertasse para isso há dois milénios quando escreveu nas Geórgicas que «irreversivelmente o tempo foge». Lá está a importância do conhecimento histórico. Bem sei que se trata de uma ideia para muitos já gasta, mas acredito que devemos conhecer bem o passado para melhor viver o presente e, sobretudo, para podermos construir um futuro melhor. Que mais não seja, para não cairmos no ridículo como foi o caso daqueles indivíduos que resolveram profanar a estátua do Pe. António Vieira, insultando-o de esclavagista: António Vieira, que foi apenas um verdadeiro precursor dos direitos humanos, lutando sem tréguas, muitas vezes com custos pessoais gravíssimos, em defesa dos povos indígenas americanos, assim como dos cristãos-novos e dos judeus, vítimas de fortes perseguições na época.
Além disso, confesso que não nutro qualquer simpatia por este movimento que algumas franjas das sociedades do mundo ocidental tentam impor, no sentido de nos autoflagelarmos intelectualmente pelos erros dos nossos antepassados, como se fosse lógico, ou sequer producente, ler acontecimentos históricos de forma descontextualizada, ou seja, interpretar esses acontecimentos passados com o código de valores ético-morais dos nossos dias. Sinceramente, penso que muitas destas pessoas apenas querem semear a discórdia, mostrar a sua irreverência a qualquer custo, arvorando-se por vezes a um patamar deífico: destruindo o passado, resta o nada a partir do qual julgam poder construir os seus idílios; ou então, semeando o caos, será mais fácil arregimentar os descontentes e os desorientados para uma nova evangelização, seja ela de que crença for, incluindo a mais insidiosa que é sempre a daqueles que dizem não ter crença alguma.
 
EP:  De que forma a educação e a cultura podem ser as novas aplicações para telemóveis?
TV: Eu faço uma destrinça muito clara entre educação e ensino. O ensino cabe ao Estado, que em princípio se mune de uma súmula essencial do conhecimento proposta por especialistas das mais variadas e abrangentes áreas, podendo e devendo fazer-se uma ponte transversal para a cidadania e a ética. A educação é outra coisa completamente diferente, trata-se de um conjunto de valores, em que a moral e a ética imperam, assim como tudo o que diz respeito a aspetos psicossociológicos relacionados com a vida individual, familiar e comunitária, e isto não é, não pode ser do âmbito do Estado. Quando deixamos que os governantes decidam que códigos ético-morais nos devem orientar, estamos a prescindir, pura e simplesmente, da nossa liberdade.
Se bem entendi a pergunta, um dos maiores desafios atuais é precisamente como aproveitar o potencial das novas tecnologias, em particular dos telemóveis inteligentes, para promover o ensino e a cultura. A Escola debate-se precisamente com este problema, pois a hiperestimulação a que os miúdos são sujeitos desde que nascem entra em permanente conflito com os meios de ensino que estão muito longe dessa vertigem informativa. A globalização e o mundo tecnológico trouxeram-nos a esta encruzilhada: a informação nunca foi tão acessível como hoje, mas os meios para a manipular também nunca foram tão poderosos. Por outro lado, nunca foi tão difícil como agora tentar exercícios essenciais como o silêncio, a introspeção, a revisão, seja ela mental ou material, e a correção. O imediatismo é uma epidemia difícil de curar.
Vivemos, por isso, num momento de viragem civilizacional. Se o mundo em transformação será melhor ou pior, isso ainda é uma incógnita.
 
EP:  Os Portugueses estão exilados no próprio País? Apenas sobrevivem?
TV: Questiono-me permanentemente: se os portugueses que emigram conseguem por norma construir vidas de sucesso, destacando-se nas mais variadas áreas por esse mundo fora, por que razão o não fazem em Portugal? Só encontro uma resposta: falta-nos organização, rigor e lideranças dignas desse nome.
Quando quem devia guiar apenas olha para o próprio umbigo, só pode dar em desastre.
 
EP: No Palácio das Especiarias esboçam-se linhas identitárias. Há um típico ser Português? Existem elites divorciadas das massas ou com a tecnologia e o digital, as fronteiras esbateram-se?
TV: Talvez Fernando Pessoa e Eduardo Lourenço tenham razão, o nosso problema é mesmo a hiperidentidade. Os portugueses só são portugueses quando são tudo, em todo lado, particularmente onde nunca estiveram: ora, isto é avassalador. Daí a nossa eterna propensão para o exagero, tudo ou nada. Seremos sempre os melhores ou os piores, não há meio-termo. Herdámos muita coisa da cultura greco-latina, mas falhámos a aula aristotélica do meio-termo. O equilíbrio, a moderação e a harmonia dizem-nos pouco, já para não falar na sensatez. No entanto, temos o reverso da medalha, que abona muito a nosso favor: somos insaciáveis e destemidos. Talvez por isso o eterno queixume e a incurável insatisfação, ou não fôssemos todos nós, portugueses, órfãos do Sebastianismo.
Este persistente sentimento de orfandade de um verdadeiro líder, alguém ousado, visionário e inspirador, é transversal a todas as camadas da sociedade portuguesa. É bem verdade que os exemplos recentes ao nível das lideranças são pouco abonatórias, fazendo-nos saltitar triste e aflitivamente de crise em crise, sujeitando-nos ao recorrente e aviltante peditório internacional, como se não conseguíssemos fazer pela vida. Mas não tem de ser assim! Basta lembrar figuras como o nosso primeiro rei, D. Afonso Henriques, como D. Dinis, o Infante D. Henrique, D. João II (apenas para citar alguns exemplos), governantes que tinham projetos e verve reformadora.
Precisamos como de pão para a boca de alguém que nos volte a mostrar o horizonte, que nos guie de novo na construção de um Portugal mais ousado.
Quanto à tecnologia e ao digital, considero que são apenas meios, veículos, a essência da condução, porém, é a mesma.
 
EP: Como surgiu a ideia de escrever o Palácio das Especiarias?
TV: O livro surgiu de uma colaboração com um ex-aluno dos meus tempos iniciais como professor, o Tiago Pereira, uma espécie de consultoria histórico-cultural. Um dia o Tiago contactou-me, pois lembrara-se das minhas aulas a propósito d’Os Lusíadas quando decidiu reconfigurar um antigo edifício na Praça Luís de Camões, em Lisboa. Pediu-me para lhe indicar 10 nomes maiores da Lírica portuguesa, respetivas bibliografias e citações pertinentes, pois queria devotar-lhes as dez alas do hotel que estava a criar. Assim nasceu o Solar dos Poetas. Quase em simultâneo, resolveu recuperar outro edifício histórico na mesma zona e transformá-lo numa homenagem à História de Portugal. Assim nasceu o Hotel Palácio das Especiarias. Os textos que fui produzindo para a criação das alas deste hotel serviram de base para o livro agora editado, visto que na prática tinha feito uma síntese dos principais acontecimentos e personalidades da nossa História.
 
EP: Qual a importância da escrita e da leitura na vida do Tomé Vieira?
TV: Posso dizer que a escrita e a leitura me são tão essenciais como a água que me sacia a sede. Sempre fui muito curioso, mais dos assuntos do intelecto do que dos aspetos mais práticos e materiais do nosso quotidiano. Um objeto que marcou a minha primeira infância foi precisamente um livro, livro esse que povoou de maravilhas os meus imberbes dias, mas do qual lamentavelmente perdi o rasto: uma edição ilustrada do Romance da Raposa de Aquilino Ribeiro. Não foi há muito tempo que eu vivi um momento de extrema felicidade, quando o reencontrei em casa dos meus pais e pude finalmente associar as letras às imagens que eu conhecia de cor, amplificadas como é óbvio pela imaginação infantil.
O facto de ter sido um garoto muito tímido, por vezes introvertido, proporcionou-me a apetência para a leitura. Mesmo quando era jovem, muitas vezes acontecia-me estar numa festa e sentir um desejo súbito de regressar para uma das leituras que me interessavam no momento. Além disso, como sempre adorei viajar, mas os limitados recursos económicos mo não permitiam, encontrei na leitura uma forma económica de percorrer este mundo, e todos os outros também.
Por tudo isto, desde muito cedo me habituei a investir parte significativa das minhas poupanças em livros, visto que comecei a trabalhar nos meus tempos livres e nas férias desde a infância.
Quanto à escrita, julgo que deriva da minha paixão pela leitura e do desejo de me tentar expressar com a beleza e a proficiência que me habituei a admirar nos inúmeros autores que fui lendo ao longo dos anos.
 
EP: Muito Obrigado, Tomé .
 ​
0 Comments

O PALÁCIO DAS ESPECIARIAS

11/1/2022

3 Comments

 
O Palácio das Especiarias de Tomé Vieira é um condimento essencial para quem quer conhecer a História de Portugal.

De forma sucinta e factualmente fundada, o autor percorre os caminhos, os becos e as encruzilhadas dos Portugueses ao longo de vários séculos. 

Com uma linguagem aromática, fresca e estimulante, Tomé leva a sua caravela conceptual pelas paisagens, personagens e acontecimentos fulcrais da Pátria.

Cruza tempos e lugares com amplas referências literárias, em que Camões, Pessoa e  Pe. Vieira, entre outros, anunciam cada entreposto, onde as mercadorias são o mito, o sonho ou uma data fundadora.

Tomé desenha uma geografia da alma lusa sem deixar de exercer a crítica, a perplexidade e o deslumbramento. 

O Palácio das Especiarias é uma obra fundamental para compreender o presente, um livro para trazer no bolso e consultar como guia de navegação para os dias de loucura mansa que Portugal e o Mundo vivem no milénio tecnológico.
        
Picture
3 Comments

    Autor

    Jon Bagt

    Categorias

    All
    Citações
    Filmes
    Sociedade
    Virtual

    Histórico

    December 2022
    November 2022
    October 2022
    September 2022
    August 2022
    June 2022
    May 2022
    March 2022
    February 2022
    January 2022
    November 2021
    September 2021
    August 2021
    July 2021
    June 2021
    February 2021
    January 2021
    December 2020
    November 2020
    October 2020
    September 2020
    August 2020
    July 2020
    June 2020
    May 2020
    April 2020
    March 2020
    February 2020
    January 2020
    December 2019
    November 2019
    October 2019
    September 2019
    July 2019
    June 2019
    April 2019
    March 2019
    February 2019
    December 2018
    November 2018
    October 2018
    September 2018
    August 2018
    July 2018
    June 2018
    May 2018
    April 2018
    March 2018
    February 2018
    January 2018
    December 2017
    November 2017
    October 2017
    June 2017
    May 2017
    April 2017
    March 2017
    February 2017
    January 2017
    December 2016
    November 2016
    October 2016
    September 2016
    August 2016
    April 2016
    March 2016

    RSS Feed

      Newsletter

    Subscribe to Newsletter
Powered by Create your own unique website with customizable templates.