Vejamos dois exemplos:
"...Caíra um pesado orvalho e conforme as rodas avançavam por entre a relva e os arbustos baixos, chegava-lhe às narinas o cheiro da verdura esmagada. Era um perfume semelhante ao da verbena e ele gostava daquele cheiro de orvalho às primeira horas da manhã, dos fetos esmagados e do aspecto dos troncos das árvores, que pareciam negras, assim, sob a névoa da manhã incipiente, enquanto o carro ia avançando através daquelas região sem trilhos e que se parecia com um parque. Afastara do espírito aqueles dois que iam sentados no banco traseiro para pensar unicamente nos búfalos..." ( A Curta e Feliz Existência de Francis Macomber in as Neves de Kilimanjaro, Editora Livros do Brasil, pág 149, Tradução de Virgínia Mota)
"...Macomber se deitou na sua cama, com a trave do mosquiteiro a coroá-la , e se pôs a escutar os ruídos nocturnos, sentiu que nada daquilo tinha acabado. Nem acabara por completo nem principiara, Continuava ali presente, tal como acontecera com alguns episódios indelevelmente marcados, a ponto de o encherem de vergonha e infelicidade. Mais ainda do que a vergonha, atormentava-o um medo frio que o escavava por dentro. Esse medo persistia nele como um buraco viscoso e frio, no vazio deixado pela velha confiança em si próprio que o abandonara e o punha doente. E não se decidia a deixá-lo em paz..."( A Curta e Feliz Existência de Francis Macomber in as Neves de Kilimanjaro, Editora Livros do Brasil, pág 131, Tradução de Virgínia Mota)