EP: Qual o código de barras do silêncio?
LO: Deus.
EP: Substantivo, adjectivo ou advérbio?
LO: Substantivo.
EP: Os significados estão em vias de extinção ou os significantes diluem-se na ditadura da imagem, seja virtual ou não?
LO: Nós estamos em vias de extinção.
EP: O que falta escrever?
LO: O que não foi escrito.
EP: As ideias são património comum da humanidade, objectos constantes de “furto” criativo ou redutos de sobrevivência das “elites”?
LO: São património comum da humanidade e acabam por ser roubadas pelas elites económicas quando são consideradas suficientemente maduras.
EP: O que é mais potente no processo criativo: A falha, a queda ou a ilusão?
LO: As três são muito potentes. Talvez escolhesse a ilusão.
EP: Exposição, demonstração, expiação ou ocultação?
LO: Expiação.
EP: A maioria das pessoas passa uma vida sem se conhecerem, sem se aceitarem ou sem se superarem?
LO: Sem se conhecerem no que não é visível.
EP: Ainda existe salvação para o amor?
LO: Se ainda existir salvação para nós.
EP: É mesmo preciso responder a todas as perguntas ou é preciso perguntar para ter sempre as mesmas respostas?
LO: Nesta fizeste-me hesitar. Não é preciso responder a todas as perguntas, no limite não será mesmo necessário responder a nenhuma. E é fundamental perguntarmos para, farejando na nossa própria cauda, possamos perseguir a ideia de que há respostas/ caminhos que não imaginávamos.
EP: Muito obrigado, Luís.
Novembro de 2017.