Vivemos a pré-história da era cibernética. A modelação dos comportamentos, valores , instintos e afectos é cada vez mais automatizada pelos padrões da imitação e da validação. Depois do ego, do id e do super-ego, o “cyber-ego” é misterioso , fascinante, complexo e incrivelmente primitivo. Como a direcção do tempo tivesse dois sentidos contraditórios: o da evolução e da regressão. O mimetismo de um humanóide é exactamente igual à instantaneidade das relações de carne e osso, à volatilidade dos acontecimentos, à veracidade plástica da informação global ou às lascas dos corações de atum que povoam a esfera pública digital. O mundo real dilui-se no plasma da virtualidade , tornando-se difuso , o digitalismo social apaga as feridas expostas por Francis Bacon , Lucien Freud ou Paula Rego . A natureza do “cyber-ego” é asséptica determinada pelo algoritmo. A memoria de curto prazo é um apêndice e a de longo prazo perde-se nas brumas .A inteligência artificial é útil, a sensibilidade artificial é inútil e o socialmente imposto uma fraude. O museu de arte e ciência de Singapura obriga-nos a reflectir sobre o que queremos para a humanidade : Se a irracionalidade actual com os seus perigos, se a racionalidade fria com as suas limitações ontológicas. Corinne Mariaud, através do trabalho "fake I real me", lança o desafio de perceber que cosmética se usa nas relações quotidianas por homens e mulheres que querem ser perfeitos ou parecer eternamente felizes como Nadine, a humanóide desenvolvida pelos cientistas.
0 Comments
Leave a Reply. |
Categorias
All
Histórico
December 2022
|