Camus descreveu magistralmente o que Kafka insinuava sobre o homem moderno e a sua circunstância . A natureza não tem inquietações e é avessa a tudo o que contraria a sua lógica. O homem mesmo dotado de consciência não lida bem com aquilo que o transcende, vive num estado de suspeita e vigilância, tolhido pelo medo e pelo espectro de uma miséria moral e material colhida nos campos da indiferença. Ninguém fica a porta, nem sequer sai dela, o processo de confinamento ou desconfinamento tornou-se um expediente racionalizante dos eixos da peste. É o tempo que tudo resolve e na perspectiva "Heideggerniana" é sobre o seu plano que projectamos o fim da peste. O processo é ininteligível, em muitos aspectos das suas causas e dos seus efeitos, mas se no nosso horizonte nem sempre a justiça e a liberdade são evidências, pelo menos, que não se perca o sentido único da beleza de cada vida...
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December 2022
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