O filme de Dennis Hopper com a participação do mesmo , de Peter Fonda e Jack Nicholson, bem como a película de Einsenstein com actores como Ggrigori Aleksandrov, Mikail Gomorov, Ivan Klyukin e Alexandr Antonov transmitem, através de metáforas visuais, a insanável contradição que dezenas de séculos de ideologia foram incapazes de desmontar: O preconceito, o poder , a necessidade de dominação, a crueldade e a infinita estupidez "reptiliana "...
Em ambos, a carga do trabalho assume dimensões filosóficas distintas. Em Easy Rider( 1969), a condução das motos estrada fora busca um lugar idílico sem a carga dos ponteiros do relógio. Na greve( 1925), os trabalhadores revoltam-se contra o ritmo opressor do relógio . Uns não querem trabalhar , buscando o que natureza oferece, outros lutam por melhores condições de trabalho.
Uns querem ser selvagens, outros não conseguem deixa-lo de ser. Uns viajam pela contracultura outros ficam imobilizados pela máquina industrial trituradora ao serviço de uma classe.
O fim de ambos os filmes é um beco sem saída em que a violência nivela todos os sonhos de liberdade e igualdade desejados pelos protagonistas. Afinal, o Sapiens é pouco lúcido e pouco civilizado. Nem a tecnologia de hoje tornou o Sapiens mais clarividente.
Se o filme mudo de Eisenstein é um prodígio de montagem feita por este pioneiro do cinema, o filme de Hopper é pincelado pela magnífica banda sonora . Jimi Hendrix, Setppenwolf e os The Byrds, entre outros , fornecem ao filme o necessário " combustível".
A liberdade e a igualdade são utopias. Quem é livre não é igual e quem é igual não é livre . Mas enquanto houver estrada para andar, o sonho permanecerá vivo...