1)A ORIGEM:
Sem provas, falar de biopolítica ou novas armas biológicas é especulativo. Há coisas no mundo que nunca saberemos , nem nunca vamos saber. A tese oficial é que a epidemia Covid19 começou na China , vindo de animais que infectaram humanos e tornou-se mundial devido à globalização. O modelo económico global , o estilo de vida acelerado e o turismo de massas aumentou exponencialmente o potencial de contágio.
2) INFORMAÇÃO:
A informação veiculada é direccionada, com ou sem intenção, podendo criar enviesamentos e erros de análise prospectivos( já nem falo das "fake news").Só com o cruzamento de fontes de informação credíveis e médicas é possível ter um cenário hipotético. No entanto, ninguém pode ,ao certo ,prever a dimensão e impacto da crise viral .Só no fim se fazem balanços ou como dizia o célebre jogador da bola:"...prognósticos só no fim do jogo..."
3) REACÇÃO HUMANA :
Em cenários de guerra, epidemia ou fome ,a história ensina que a pressão e o medo aumentam, os comportamentos instintivos crescem ou a compaixão pelo outro também pode ser alargada ( cada pessoa pode ser mais ou menos focada no umbigo...). Todos os medos são superáveis , se as pessoas não tiverem medo da morte ( algo utópico, o nosso" hardware" foi feito para a sobrevivência e o "software cultural" há muito que está infectado pelas estruturas do poder ao longo de séculos de humanidade e alegada civilização). O desleixo e alarmismo não ajudam . Comportamentos que , infelizmente, são transversais ao modelo social ( é lá com os outros...ou só quando fogo chega a casa é que as pessoas reagem...).
4) RESPOSTA IMUNITÁRIA:
Em caso de contágio,cada organismo reage de forma diversa decorrente do meio e da genética, se assim é em outras doenças, no Covid 19 é igual. No entanto, os especialistas que se pronunciem. Preferia ver mais médicos especialistas do que políticos a validar informação à população . ( os médicos estão em constante contacto com a comunidade científica internacional),
5) O CASO PORTUGUÊS:
Historicamente, os Portugueses sempre gostaram de um " Estado Paternalista". Se não forem tomadas medidas preventivas articuladas e temperadas com alguma coercibilidade entre todos os organismos , bem como a diminuição de burocracias, as medidas podem ser ineficazes. Em caso de urgência, por vezes, os protocolos não funcionam se não forem bem ágeis . Esperar por ordens pode ser , por vezes, fatal. Temos casos recentes desta inoperância.
5.1)O corte sucessivo em meios na saúde ( já nem falo em sectores vitais como a justiça, educação e cultura) deceparam a capacidade de resposta em cenários de crise. Não sabemos quantos ventiladores existem, quantas camas , quantos médicos e se o sector privado foi chamado à participar ....ou quando vai ser chamado...
5.2) Falta de civismo de algumas camadas da população em que os horizontes culturais são conhecidos...Não são só as pessoas que estão em quarentena,são aquelas que podendo trabalhar em casa ou que possam ter flexibilidade laboral , insistem em ir para os locais de trabalho.
5.3) Já que as pessoas que não podem trabalhar a partir de casa, que patrões no privado e sector público implementem sistemas de turnos com redução de carga horária semanal, permitindo que as famílias passem mais tempo, sobretudo com idosos e crianças . Implicava um modelo de concertação social e legislativo diferente, bem como outro modelo económico e financeiro.
5.4) A economia manda, em vez de se fechar as fronteiras, preventivamente, espera-se que os casos em Espanha, França , etc aumentem para que se tomem medidas como foi feita com a Itália, bem como em zonas de risco em Portugal não foram tomadas medidas sanitárias intermunicipais. ( Ex: No Grande Porto e Grande Lisboa, as maiorias vivem nas periferias...e vão para a cidade grande...de carro, ou autocarro quando há...e o comboio se a linha não estiver desactivada...).
6) NA GUERRA CONTRA A EPIDEMIA CADA UM É UM SOLDADO:
É aconselhável lavar as mãos, manter as distâncias de segurança, mas é impossível controlar por completo o comportamento humano, seja o individual, por gestos involuntários, seja o do outro que não sabemos que perfil psicológico tem só pela cara que apresenta, até porque quem vê caras, não vê corações. A ARMA MAIS EFICAZ É EVITAR CONTACTO SOCIAL DESNECESSÁRIO , SOBRETUDO QUANDO O ESTADO NÃO GARANTE TUDO pelas razões acima expostas.
7) O ACASO COMO LEI DA VIDA E A LEITURA COMO COMPANHIA:
A morte faz parte da vida. Embora, as pessoas vivam como se fossem imortais. Nenhum sistema é infalível, nem nenhum sistema controla tudo. O Planeta Terra estar estabilizado é já um milagre devido ao tráfego interestelar. Em épocas de crise, o recolhimento selectivo e consciente é uma oportunidade para rever sentidos de vida e sobretudo LER UM BOM LIVRO, em vez de andar como loucos atrás do fugidio, do efémero e do volátil...
PARTE II) DA FALTA DE BOM SENSO E FIRMEZA:
Perdemos dez dias, para não dizer mais, na CONTENÇÃO. Desde Janeiro que as autoridades europeias SABIAM DO CASO CHINÊS , nada fizeram e só quando a epidemia chegou aos países, começaram muito devagar a tomar medidas. Portugal reportou o primeiro caso dia 2 de Março, mas só dia 12 a sociedade portuguesa tomou consciência da gravidade da situação. Nestes dez dias, dezenas de pessoas abriram várias cadeias de transmissão e como o vírus é ASSINTOMÁTICO durante 5 a 7 dias, só no DIA 19 teremos ideia da dimensão da falta de coragem de quem tem poder neste país . A informação oficial, obviamente, vem FILTRADA para não criar alarmismos, mas é previsível um aumento de casos. Falam de ECONOMIA, mas os dez, para não dizer mais, dias de inacção vão custar vidas, empregos, relações, etc,
Em MIL ANOS, só durante quarenta , não houve epidemias, os senhores deste mundo esqueceram-se que primeiro que números estão as PESSOAS. A DEFESA DO AMBIENTE e da SAÚDE pública deveriam ter estado na agenda internacional e não o mundo ter aberto as portas ao mercado chinês em nome do dinheiro. SELVAGEM é o homem, não os animais que não pediram para ir para o prato... HIGIENE e alimentação correcta fazem parte da medicina preventiva. (Teses como surgiu a doença serão muitas e que os americanos e chineses a semearam... Mas acreditemos, como Tomé, que a "loucura" é a doença que mais dizimou civilizações e impérios... )
Todo o mal, bem sabemos, vem da IDOLATRIA ao DINHEIRO e o preço a pagar pode ser alto, se a sorte, acaso não se aliarem aos avanços científicos e à equilibrada gestão da crise
Em 2002,o SARS não se expandiu tanto, uma vez que não se viajava de forma tão massiva... O COVID-19 é o lado negro da globalização e do modo de vida adoptado pelo mundo ...A tal letargia embalada pelo conforto...
Usar MÁSCARA será vital, mas antes isso que ela fique colada à cara e se perca a IDENTIDADE humana....É que a primeira das inocências é sempre a última das contradições...
ISOLAMENTO, CLARO, O HOMEM SEMPRE ESTEVE SÓ, mesmo quando estava no meio da multidão...
CERREMOS OS DENTES, POIS...
PARTE III)DÚVIDAS EM TEMPOS ESTRANHOS...
Tanto se criticou o big brother(televisivo) e estamos num, ironias da vida contemporânea ... É óbvio que o conflito vai estourar, as pessoas não sabem conviver em liberdade, quanto mais em clausura... Não sabemos se a epidemia foi causada acidentalmente ou um instrumento de biopolitica e de estratégia para quebrar o modelo global instalado... Num mundo ideal, todos seriam responsáveis, mas temo que ninguém sabe ao certo a evolução da epidemia e que pelo sim, pelo não, melhor prevenir, já que o sistema não aguentará... Além disso, enquanto não houver vacina, temos que nos habituar ao isolamento(aliás já todos estávamos sós no meio da multidão e a cibercultura das redes dá a ilusão da empatia, quando sem aferir o outro, o contexto da mensagem perde-se no canal de difusão) ... Juridicamente, deve prevalecer o princípio da proporcionalidade com o da prevenção... Mas no campo dos princípios a harmonização é difícil... É que a teoria na prática é outra ou como diz o povo, "pimenta no rabo dos outros é refresco..." Tenho dúvidas em soluções infalíveis em territórios desconhecidos... A natureza é o que é... E os Estados soberanos e organizações internacionais , no limite, estão num teatro de sombras e luz...(talvez sejamos refugiados... Mas pensem naqueles que nem casa possuem... Falo das migrações vindas de África e Ásia e como estão vulneráveis nas zonas tampão, à porta da Europa... A nossa alegada casa comum...)