As tragédias gregas encerram sempre um ensinamento, possuem um travo de catarse, uma pitada de crueldade e uma dose salutar de libertação . Ou seja, sempre que o homem excede a sua medida, nomeadamente querer desafiar os deuses, a consequência é inevitável. Um pouco como a física clássica de Newton, a uma acção corresponde uma reacção de sinal equivalente ou mesmo o que o provérbio popular profetiza , cada um colhe o que semeia . Os deuses nestas duas peças, ficam quietos e nada fazem ,se não se meterem com eles, o que não foi o caso, embora liquido, liquido seja o pingo no nariz como a comédia dell`arte ironiza. Se os Persas de Ésquilo , uma das peças primordiais e que milagrosamente chegou até nós, remetem para os efeitos do excesso de importância e ganância que o homem , o sapiens sofre, as Bacantes de Euripídes relatam os efeitos perniciosos das paixões desenfreadas, dos prazeres evasivos que as almas incontidas, amarradas aos seus "hades" interiores padecem... A loucura ,a vingança e o orgulho bebem-se em cálices de sangue ...Uma contraposição do dionisíaco devir às apolíneas e estóicas" estátuas de pedra"...Afinal, ser ou não ser... Uma última nota, para a primeira preocupação ecológica revelada nos Persas , nomeadamente a fala de Dário em condenar a petulância de Xerxes em querer dominar , flagelar a natureza...Leituras obrigatórias em tempos de alterações climáticas , preconceitos raciais, sexuais e absoluta imoralidade com que a velha Europa trata o Sapiens Africano...
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December 2022
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